26 de abril de 2010

Mion diz.. DaniloGentili "tem um humor meio complicado",



À frente do ‘Legendários’, o apresentador diz que estava
preparado para as críticas, fala sobre fé e paternidade
e revela ter curiosidade de ir a um culto da Igreja Universal



Aos 30 anos, pai de três filhos e no comando de uma equipe de mais de 70 pessoas no programa Legendários (Record), Marcos Mion não gosta de dar entrevistas. Mas achou que era “hora de falar”. Desde a estreia da nova atração, ele colhe as dores e as delícias do investimento pesado da emissora em promover o programa. Divulgado como revolucionário, Legendários tornou-se alvo de críticas por parte da concorrência. Nesta entrevista exclusiva ao JT, Mion tentou esquivar-se de assuntos ligados à vida pessoal. Mesmo assim, falou sobre fé, infância, paternidade e de como se transformou no alvo do momento para algumas pessoas da TV. “É fácil ser odiado”, ele diz.

Você acabou de ser pai novamente e pouco se falou disso. O fato de você ser reservado é um traço da sua personalidade ou é consequência de algum problema com sua exposição no passado?

Aliás, você sabe que bebê é esse?

Seu terceiro filho.

É que muita gente nem sabe. Isso faz parte do amadurecimento. Há mais de três anos, eu não falo absolutamente nada da minha vida pessoal. É uma postura que tem a ver com o fato de ser minha família, tenho de preservar. Fiquei muito impressionado com histórias que ouvi de colegas que vão com os filhos ao shopping e as vendedoras saem da loja apontando as crianças. Eu não quero isso.

Como você é como pai? Tem alguma coisa na TV que você não deixa seus filhos assistirem?

Eu prefiro não falar sobre isso. A única coisa que te falo é que sou um pai muito mais careta do que imaginava que poderia ser.

Que bobagem você fez e não gostaria que seus filhos repetissem?

Fazer uma tatuagem aos 12 anos é uma coisa que eu não gostaria que eles fizessem. Eu tive sorte de fazer uma coisa que é legal, graças a Deus. Lembro que, na época, fiquei entre tatuar um pássaro ou um gnomo em cima de um cogumelo. Era o máximo.

Quais são os seus medos?

Obviamente estão relacionados à minha família.

Quem são seus ídolos na TV?

Jim Carrey, Adam Sandler, David Letterman. Tem muita gente no Brasil. Luciano Huck, Bruno Mazzeo, Marcius Melhem, o Gugu.

Tem amigos no meio artístico?

Tenho poucos amigos. Não sou um cara muito aberto. Não sou bom de conversa nem de puxar assunto. Sou muito reservado com a minha família. Até porque a maioria dos meus amigos não tem o mesmo pique que eu, de ficar em casa, com os filhos.

Como foi sua infância?

Sou da época do orelhão, carrinho de rolimã, skate na rua, pastel de feira. Cresci no Planalto Paulista. Uma vida muito bucólica, de ir ao clube de bicicleta. Hoje, não dá mais. Infelizmente, não posso oferecer isso aos meus filhos.

Falemos de trabalho... Como você tem lidado com as críticas a respeito do ‘Legendários’?

Na verdade, tudo o que está acontecendo era esperado. Até antes da estreia, eu falei: ‘Estamos fazendo nosso trabalho, mas sabemos que comparações vão vir.’ Até porque a estratégia de não falar obre o programa antes da estreia deixou as pessoas sem uma base, e aí a comparação é o caminho mais fácil. A própria Record, e isso é engraçado, não sabia o que ia ser. O projeto foi tratado com muito sigilo. O nosso departamento comercial chegava numa agência e vendia o programa como sendo do estilo do CQC e Pânico. Hoje em dia, é impossível você criar alguma coisa que não tenha uma ligação com o Silvio Santos, por exemplo. Ele já fez tudo. Se a gente for ver no exterior, aí é que não dá para ser original mesmo. Essas críticas não são uma surpresa. Tenho certeza de que uma hora vai passar.

Mas nada te chateou? Nem a história do Danilo Gentili (o humorista do ‘CQC’ fez críticas ao ‘Legendários’, no Twitter)?

A única coisa que tenho para falar é que achei engraçado e estranho, por ele ter participado tanto do programa. Ele me ajudou bastante nesse projeto. Até me indicou um pessoal do CQC que está comigo. Ele estava preparando a vinda dele para a Record. Aí, no final das contas, acabou não vindo. Então, acho que ele está fazendo piada. Ele tem um humor meio complicado. Às vezes, ele manda uma piada que ofende as pessoas. Eu sei como ele é.

Acha que ele se arrependeu por não ter ido para o ‘Legendários’?

Não sei. Você tem de perguntar para ele. Só para deixar claro, eu não tenho absolutamente nada contra o Danilo. Não fiquei magoado. Ele nunca mais atendeu minhas ligações. Mas eu ainda me considero amigo dele.

Você ligou para ele para falar das críticas que ele fez ao ‘Legendários’?

Não. Liguei para perguntar o que ele achou da estreia. A gente fez um vídeo tirando sarro do Fala que Eu te Escuto. Na mesma hora, eu mandei esse vídeo para o Danilo. Mas ele não me respondeu.

Essas críticas fazem você pensar em mudar o programa?

Estamos com um resultado muito bom para pensar nisso. Tivemos uma estreia com 10 pontos de média de audiência, com pico de 12, em segundo lugar. No segundo programa, falei para a equipe que a estreia havia sido estratégica e que tivemos muita divulgação. Falei: ‘Hoje é que vai ser nossa estreia de fato. Vamos nos preparar para ver a média cair.’ Coloquei o pé de todo mundo no chão. E tivemos a ótima média de 9,2 pontos, em segundo lugar.

Qual o grande acerto do programa?

O grupo todo está agindo bem. O acerto foi a escolha de todos.

E quanto aos erros?

Há um ponto que posso citar e que não foi erro nosso: essa história de que o programa seria revolucionário. Eu nunca falei isso.

Mas a Record falou.

A emissora vendeu essa ideia porque estão vendendo um produto. Isso foge ao meu controle. As pessoas que estão lá comigo sabem que eu quebrei qualquer coisa relacionada a esse rótulo.

O fato de a Record ser ligada à Igreja Universal fez você pensar duas vezes em sua ida para lá?

Não. Simplesmente, porque nunca vi e nunca tratei com nada relacionado à igreja. Eu sempre tratei com empresários, com profissionais de TV e sou contratado por uma emissora de TV.

Já foi convidado para ir à igreja?

Não (risos). E eu te falo, sinceramente, tenho até interesse de um dia assistir a um culto. Assim como já fui a misssa, rituais judaicos, templo budista.

Você é religioso?

Sou. Tenho muita fé. Não que isso esteja ligado a uma única religião, com todos os seus preceitos. Mas tenho fé e acho necessário tê-la.

Você tem vários negócios. Já ganhou bastante dinheiro?

Trabalho muito. Tenho um restaurante japonês, a V.Rom, a boate Disco e a Casa Pizza, no Itaim.

Tem algum bem material que você sonha em adquirir?

Se eu pudesse ser dono de alguma coisa, queria ser dono da MTV. Tenho uma paixão eterna por essa emissora. Nos últimos anos, quando deixei de ser aquele moleque dos ‘Piores Clipes’ e passei a ter uma visão mais comercial da coisa, percebi que a MTV pode ser muito maior do que é.

Quais suas metas profissionais?

Consolidar meu nome como apresentador. Quero ganhar respeito e espaço no meio dos tubarões.

Um comentário:

  1. Poxa adoro o Mion e o Danilo, mas sei que eles dois podem mais do que simples comentarios e criticas. Sempre feliz em ser fã!

    @GuerreirodoHexa Falando!

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