18 de abril de 2011
"Stand-up não é modinha passageira", diz Gentili após Virada
Inegável sucesso da Virada Cultural 2011, realizada nos dias 16 e 17 de abril, em São Paulo, o stand-up comedy fez muita gente rir. Riu o público, que abarrotou o espaço embaixo do Viaduto do Chá dedicado ao gênero; riram os organizadores do evento, por terem acertado na escolha; e riram ainda mais os comediantes que se apresentaram e se emocionaram com o prestígio que tiveram. Representante do gênero, que ganhou fama principalmente depois que passou a integrar o programa CQC, da TV Bandeirantes, Danilo Gentili foi um dos que mais atraiu público. Mas, em entrevista exclusiva ao Terra, ele reconhece que o sucesso se deu, na verdade, não por causa de um ou outro, mas porque os comediantes brasileiros acreditaram que se podia fazer stand-up comedy na rua, como ocorreu, divulgando a Virada em suas páginas pessoais na internet e convidando as pessoas a comparecerem. E, ao reconhecer isso, criticou o colega e sócio Rafinha Bastos, que, segundo ele, não teria acreditado, a princípio, no bom resultado do evento. "Ele não botou fé que daria certo, não. Ele nem ia. Só topou ir depois, porque viu um monte de comediante elogiando o evento no Twitter". Ainda na entrevista, Gentili conta como foi subir a outro palco, na verdade um ringue de luta livre, também no Anhangabaú. "Foi a luta do século", diz ele. Confira: O palco de stand-up comedy da Virada Cultural foi um dos mais prestigiados. Sua presença e a de Rafinha Bastos contribuíram para isso, mas a alternância de comediantes manteve o Viaduto do Chá cheio nas 24h da Virada. Quem mais ganhou com isso: a Virada, o público ou os comediantes? O gênero foi o que mais ganhou com tudo isso. Saber que mais de 50 mil pessoas passaram por ali, ficavam em silêncio enquanto o comediante falava, rindo e aplaudindo na hora da piada, demonstrou que uma multidão saiu de casa só para ver os comediantes stand-up. Isso é a prova que stand-up é um gênero estabelecido no País, e não uma modinha passageira, como já ouvi muita gente falar. Já que citou na pergunta a presença do Bastos, ele não botou fé que daria certo, não. Ele nem ia. Só topou ir depois, porque viu um monte de comediante elogiando o evento no Twitter. Aí, depois que as cobaias foram na frente e atestaram que era um evento sensacional, ele apareceu lá, todo amigão do 'Zé Povinho'. Acho que aqui, nesse caso em especifico, muito comediante que hoje não está em veículo de massa e não teve seu nome citado em nenhuma nota de jornal prestigiou muito mais o evento, antes mesmo dele acontecer. Se quiserem conhecer essas pessoas, vão aos meus "following" do Twitter e os sigam. Sigo todos eles. Você postou no Twitter que teve um momento "inesquecível" na Virada e também relembrou que, no começo, fazia comédia para bem menos espectadores. A quantidade de pessoas é que o deixou mais impressionado? Não foi só o número de pessoas que me deixou impressionado, foi o comportamento do público. Não eram curiosos que estavam passando pela Virada e resolveram parar ali pra ver o que estava rolando. Não era um palco de comédia. Era especificamente um palco de comédia stand-up. E cerca de 50 mil pessoas saíram de casa sabendo e querendo ver isso. O que achou da estrutura montada para vocês e a localização, sob o emblemático viaduto? Estava conversando com Márcio Ribeiro e Marcelo Mansfield (humoristas) no bastidor antes do primeiro show e estavam todos emocionados. Lembrávamos que começamos fazendo esse tipo de comédia aqui para meia dúzia de pessoas e rodando o chapéu depois. E uma das coisas que o Ribeiro e o Mansfield disseram foi: "Pô! Viaduto do Chá! Onde rolou as Diretas Já!". Isso virou tema de piada pra muito comediante também. Um deles, o Patrick Maia, disse: "10 mil pessoas embaixo de um viaduto! Como deve ter mendigo puto agora, hein! Vão embora da minha casa! Quero dormir!". Ri muito com essa. Você teve tempo de assistir a outras apresentações da Virada? O quê? Como o palco de luta livre era ali perto do de stand-up, e eu e Rogério Morgado somos fãs do gênero, escapamos com o Ênio Vivona, do Café com Bobagem, pra lá sem ninguém ver e ficamos rindo muito com aquilo tudo. No final, usamos nosso crachá da virada para entrar no bastidor e não resistimos. Entramos no ringue e começamos a lutar de verdade! Entrar ali para lutar era uma coisa que eu precisava muito fazer antes de morrer! O Ênio Vivona gravou tudo. Todo mundo que viu, riu! Eu não tenho dúvidas que foi a luta do século.
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