22 de junho de 2010
Comediantes montam clube para resgatar sentido do stand up
O que era para ser espetáculo de um só acabou se tornando apresentação em grupo. Uma adaptação pela qual a stand up comedy teve que passar no Brasil para sobrevivência dos comediantes adeptos desse modelo. Mas essa união de artistas, de certa forma, foi construtiva, porque, a partir dela, o talento individual pode voltar a ser reconhecido e incentivado.
Dois dos comediantes que tiveram que se unir para fazer stand up no País vão inaugurar, em setembro ou outubro deste ano, um espaço exclusivo para apresentações do gênero. Rafinha Bastos e Danilo Gentili, aliados ao empresário Ítalo Gusso, vão colocar em funcionamento em São Paulo o Comedians Comedy Club.
Ao Terra, Gentili disse que o Comedians começou a ser idealizado em 2006, quando ele e Rafinha, hoje colegas de trabalho também na televisão, com o CQC da Band, tinham que insistir muito para conseguir emplacar seus trabalhos nas casas de espetáculo brasileiras. "Dizíamos que, se gente tivesse dinheiro, faria um comedy club para não precisar mais implorar", lembra.
Para ele, a forma que os comediantes encontraram para se apresentar, juntando-se a três ou quatro colegas de palco, nada mais é que uma 'gambiarra' sem muito sentido. "Stand up é apresentação solitária, e o que a gente quer é fazer a pessoa ser reconhecida pelo nome dela, e não ter mais que inventar grupinho", argumenta.
A expressão stand up comedy indica um espetáculo executado apenas por um comediante, que se apresenta em pé, sem cenários, caracterização ou outros recursos teatrais, e o Comedians está sendo estruturado levando-se em consideração essa característica. "Tem bar de jazz, blues, pagode, e agora vai ter bar de comédia stand up", diz.
Um galpão vazio na Rua Augusta, a três quarteirões da Avenida Paulista, no Centro, está sendo transformado. Comportará 300 espectadores sentados e terá um espaço para homenagear os precursores do gênero no País, como o comediante José Vasconcelos. "Foi tudo quebrado e estamos na fase hidráulica. Na terça passada, nos reunimos para aprovar a fachada", detalha Gentili, que também informa estar a logomarca escolhida, com votação popular pela internet.
Em sua primeira experiência como empresário, Gentili, aos 30 anos, está confiante. "É o momento certo, com as pessoas certas", diz o comediante, referindo-se, principalmente, a Rafinha. Na opinião dele, o amigo é o nome mais forte da nova geração do stand up brasileiro.
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