Prestigiado por autoridades da República em sua festa de aniversário, na noite de terça-feira, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - que fez 64 anos - nem parecia ter deixado a Esplanada, no rastro do escândalo do mensalão, em 2005. Sem esconder a alegria com as manifestações de apoio, Dirceu aproveitou a confraternização para atacar a imprensa e o que batizou de "manobra diversionista" dos adversários contra o PT.
Em discurso de agradecimento após ser homenageado com um Parabéns a você por ministros, senadores e deputados, Dirceu pediu empenho do PT e do PMDB para emplacar a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na cadeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Há uma manobra diversionista contra nós, mas não vamos nos desviar do nosso objetivo. Em 2002 e 2006 nós elegemos Lula e agora vamos eleger a continuidade do nosso projeto, que é a Dilma." E completou: "A mídia não elege mais presidente no Brasil."
A comemoração, na casa do dono de restaurantes Jorge Ferreira, chamou a atenção de quem passava pela rua do Lago Norte, em Brasília. Enquanto à beira da piscina o aniversariante conclamava os convidados a defender o tesoureiro do PT, João Vaccari, do lado de fora equipes dos programas Pânico e CQC deixavam convidados encabulados, com perguntas sobre o mensalão.
Interpelado pela equipe do CQC, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, saiu em defesa de Vaccari, apontado pelo Ministério Público como responsável por desvio de recursos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) para campanhas do PT e também prestou solidariedade a Dirceu. Não foi só: disse que o presidente, em viagem a Israel, não teria dúvidas em dar um abraço no ex-ministro se estivesse no Brasil.
No cardápio, carneiro assado. "É aqui a reunião da máfia?", indagou a repórter do CQC a Renan, que ficou totalmente mudo diante da pergunta.
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